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domingo, 30 de maio de 2010

Cotas raciais e cotas sociais

Há poucos dias voltou à baila uma discussão que alguns consideram esdrúxula enquanto outros consideram de extrema importância: devemos ou não criar o acesso às universidades federais através do processo de cotas. Na hipótese desse sistema ser aceito manteremos o mesmo processo que temos em nível estadual? Cotas raciais e sociais ou serão criados outros critérios para que jovens pobres e negros tenha o acesso às universidades públicas? Qual é a sua opinião a respeito deste assunto?


Mas antes de você definir sua opinião, caso ainda não tenha. Vamos entender qual a diferença entre cota racial e cota social? Será que temos isso claro nas nossas cabeças ou confundimos uma com a outra? Cota racial é a reserva de uma determinada percentagem de vagas em um concurso público (neste caso o vestibular) para os indivíduos de uma determinada classe racial; já cota social é a reserva dessas vagas nesse concurso para um, ou mais, determinado grupo da social.


Particularmente eu sou contrário a esse sistema de acesso ao ensino superior público que atualmente vigora, nas universidades UERJ, UENF e UEZO todas instituições públicas e estaduais no Rio de Janeiro. Alguém após ler isso vai começar a me julgar e me criticar por ter essa opinião. Outros dirão que sou um burguês sem o menor sentimento de justiça ou um elitista que acha que os negros e pobres não devem ter as mesmas oportunidades que os brancos e ricos têm. É interessante explicar que não sou rico, não sou branco e não sou um elitista burguês.


Não quero com a minha afirmação no parágrafo anterior dizer que a população detentora de um menor poder aquisitivo não tenha direito ao acesso á universidade pública ou a uma educação decente. Todavia acredito que não devemos aceitar um sistema que gera um protecionismo ilusório e totalmente populista que em nada se preocupa com a formação de indivíduos e sim com a aquisição de votos na próxima eleição.


Digo isso por que não creio que somente o sistema de cotas irá aumentar o nível educacional da população, mas um sistema de cotas acompanhado de uma política séria de investimento na educação de base (ensino fundamental e médio) seria um bom começo para melhorar a educação no nosso país. Entretanto como nossos políticos atuais estão muito mais preocupados em angariar votos de forma imediatista, para ganhar a próxima eleição, acabam optando pelo processo que seja mais rápido e lucrativo para que conquistem seus objetivos. E esses objetivos não combinam com investimentos sérios e a longo prazo para melhorar o sistema educacional brasileiro e assim facilitar o acesso ao ensino superior de alunos das classes pobres da sociedade. É por esse motivo que sou contrário ao atual sistema de cotas que vigora em algumas instituições públicas de ensino superior.


Tonni Nascimento



domingo, 23 de maio de 2010

Essa é a nossa seleção?

Estava pensando sobre o que escrever e estava lendo os jornais on line para “encontrar” a inspiração ou receber o “click” com o assunto. Pois enquanto eu olhava as matérias dos jornais recebi o tal click quando passava os olhos sobre os assunto referentes a seleção brasileira de futebol que está se preparando para a disputa da Copa do Mundo da África do Sul.


Dentre esse tema vários assuntos poderiam ser abordados, mas preferi uma que soará como critica para alguns. A falta de identidade das últimas seleções com o povo brasileiro. E quando digo povo não são as classes C e D, ditas populares, mas o povo como um todo.


Lembro-me do tempo em que eu era um menino e nessa época, ou melhor, uns dois, três meses antes da Copa do mundo as ruas, os muros, as casas das cidades estavam todas enfeitadas de verde-amarelo e logo identificávamos que a Copa do Mundo estava se aproximando. Atualmente a gente só sabe que está perto do torneio por que a mídia fica bombardeando-nos com informações sobre a competição. Mas será que ainda temos aquela identificação com a seleção nacional?


Pois bem, vejamos, quantos jogadores desta seleção jogam no futebol brasileiro? Alias, desta só não. Há quanto tempo temos jogadores do futebol brasileiro na seleção brasileira? Creio que a última vez foi na Copa do México em 1986 onde boa parte dos “selecionados” eram “brasileiros”. Porem alguns dirão: Ah, mas se a maioria dos craques estão fora do país é justo que tenhamos poucos convocados que atuem por aqui. Ok, mas será que todos os convocados são titulares nos seus clubes de origem? Não! Será que os melhores jogadores do Brasil estão realmente jogando fora do país? Também não. Partamos então para uma outra questão: Quantos jogos a seleção fez no último ano? E quantos desses jogos foram no Brasil?


Então o “técnico” faz a sua convocação para a Copa e é marcada para o dia 20 de maio a apresentação da seleção e início dos preparativos para o torneio. O povo fica na imensa expectativa de rever a sua seleção, rever os craques do Brasil. Muitos vão até o aeroporto para recepcionar a seleção, sabem que o avião acaba de pousar, ficam ansiosos na área de desembarque e... nada de jogadores. A seleção desembarca do avião e, na pista mesmo, embarca no ônibus que iria levá-la para a concentração. Enquanto muitos brasileiros esperavam por ela no saguão do aeroporto a seleção sai pelas portas dos fundos. Nem se preocupando com os torcedores que estavam lá para recepcioná-la.


Após esses atos de desrespeito pelos torcedores brasileiros será que dá pra querer que o povo abrace essa seleção? Sinceramente não. Todavia como somos um povo apaixonado por futebol e, consequentemente, pela seleção brasileira iremos torcer com muita força para que esse time conquiste o mundo mais uma vez. Afinal somos brasileiros e mesmo discordando dos convocados e do técnico queremos outra vez gritar que somos campeões mundiais de futebol!


Tonni Nascimento


domingo, 16 de maio de 2010

A arte de viver só

Há algum tempo ouvi de uma pessoa próxima uma afirmativa que, de certa forma, me deixou um pouco intrigado. Todos nós somos carentes, uns mais outros menos, mas todos sem exceção temos algum tipo de carência. Será uma completa verdade essa afirmativa? Comecei a pensar sobre o assunto e no meio desses pensamentos deparei-me com uma outra idéia: todos nós temos, de um modo ou de outro, que prestar contas à sociedade e ter uma vida social. Isto é, está implícito, que devemos fazer parte de algum grupo ou formar uma família. Seja para satisfazer nossos desejos e anseios mais íntimos ou para a satisfação pessoal dos que estão à nossa volta.

Mas e onde ficam aqueles que não querem seguir essa tendência dita natural e preferem viver suas vidas sem essa busca incessante, sem essa necessidade de juntar-se a outra pessoa? Em alguns casos são vistas como exóticos, como extravagantes e até mesmo como pessoas de menor valor social. Contudo será que essas pessoas estão tão erradas assim, será que temos mesmo que juntar nossas escovas de dentes com outra pessoa? Sinceramente creio que não. Bom, de qualquer forma cada indivíduo tem o direito de pensar do modo que achar ideal mais conveniente.

Mesmo sabendo do direito que cada um tem de pensar, viver e agir do modo que melhor entender para sua vida, ainda assim a sociedade, ou alguns de seus membros, ainda insiste em olhar para essas pessoas com as mais diversas variações dos modos em que se pode olhar alguém. Desde o modo mais irreverente até o modo mais cruel. Vejamos, se um cidadão ou cidadã decide viver sozinha logo as pessoas que convivem com ela passam a brincar dizendo que ela está ficando “pra titia”, que está encalhado, que vai envelhecer e não terá ninguém para ajuda-lo; quando não começam a surgir os comentários jocosos e venenosos questionando a sexualidade da pessoa, como se isso fosse da conta de alguém.

Aqui conclamo os amigos para juntos chegarmos a uma conclusão: será que temos o direito de “investigar”, para usar um termo educado, a vida dos outros? Será que é realmente da nossa conta o que o outro está fazendo ou o por que dele não estar casado ou vivendo com outra pessoa? Alguns dirão que sim, temos o direito e o dever de saber sobre a vida do outro. Outros dirão que não, que cada um deve viver sua vida do modo que melhor lhe convir. E isso depende de cada um, depende da forma como essa pessoa foi criada, como seus princípios lhe foram passados. É isso que vai dizer intimamente se estarmos certos ou errados em tomar conta da vida do outro. Mas uma coisa precisa ser dita aqui. Cada um tem o direito e o livre arbítrio de fazer e viver do modo que quiser desde suas escolhas ou opções não sejam contrarias as leis que regem aquela coletividade ou sociedade. Por que se as regras da sociedade estão sendo desrespeitadas é nesse momento que temos não somente o direito, mas o dever de intervir na situação para que a sociedade possa continuar no seu caminho.

Tonni Nascimento