Então vemos anúncios e mais anúncios de trabalhos temporários. Paralelo a isso acontece uma corrida de pessoas (jovens, adultos e até quase idosos) que seguem de loja em loja, de agência e agência buscando também poder conseguir alguma ocupação – pelo menos até o fim do ano. E dessa forma saem em busca da realização, do que para alguns é um sonho. Por que desse número imenso de pessoas, apenas uns poucos irão conseguir preencher tais vagas.
Antes de essas vagas serem preenchidas existe uma incrível e enfadonha estrada chamada processo seletivo. Realmente torturante, pois mais parece que estão sendo selecionadas para atividades extremamente técnicas ou que necessitam do máximo conhecimento intelectual possível. Afinal de contas para que uma pessoa que vai atuar como auxiliar de loja precisa ter o segundo grau, ops! acabei de entregar minha idade. Mas voltando ao assunto. Para que uma pessoa que vai atuar como mil-e-uma utilidades da loja, sem nenhum tipo de preconceito, precisará ter concluído o atual ensino médio? Ou então para trabalhar como auxiliar temporário de serviços gerais será realmente necessário ter concluído o ensino médio? Não tenho nenhum tipo de preconceito contra esses profissionais ou profissões, mas existe um alto grau de exagero nas seleções.
Enfim o candidato a trabalhador temporário consegue passar pelo processo de seleção e agora será praticamente um apêndice da empresa ou loja da qual é contratado. Terá que abdicar de parte da sua vida para, quem sabe, no final do contrato ser efetivado. Pois seus patrões prometem que aqueles que melhor saírem e se portarem – leia-se aceitar tudo o que lhe for imposto com um lindo e sincero sorriso no rosto – nesse período como temporários serão efetivados na empresa. Então é um tal de “extras” esforçando-se para serem efetivados. Fazendo tudo possível e mais um pouco, tanto para depois da época de extra ser efetivado no trabalho quanto para continuar com o seu. Pois para que novos funcionários sejam contratados é necessário que os antigos sejam demitidos. Afinal de contas dois corpos não podem ocupar o mesmo espaço ao mesmo tempo. É uma lei da física. Não que isso seja uma regra, mas pensemos bem: se a empresa tivesse como manter parte dos temporários ela já teria contratado esse grupo antes dessa época. E, dessa forma não precisaria contratar os “extras”. Por isso é uma batalha que no final das contas o único vencedor é o dono da empresa que terá sua margem de lucros aumentada nesse período.
Agora é melhor eu ir por que o meu chefe já está me olhando torto por eu estar há tanto tempo aqui parado com esse bloco na mão. Afinal de contas tenho que cumprir minha meta se quiser continuar nesse trabalho após o Natal.
Tonni Nascimento