Tinha algumas idéias sobre alguns assuntos para escrever, mas me deparei com esse texto e decidi compartilhar.
Da série: "Quero escrever sobre qualquer tema, sim. E daí?"
Talvez isso tenha acontecido com alguma das raras almas que visitam essa adega. Isso de querer escrever, mas não ter idéia sobre o quê. Não? Então eu devo ser mais louco do que penso. Acredito que vocês iriam fazer a mesma coisa com tantas vozes em sua cabeça, tantas personalidades ansiosas por serem interpretadas, escritas, vivenciadas.
A primeira coisa que vejo é o calendário. Hoje é dia dezesseis de agosto. Tudo bem que é mês do cachorro louco ou, para os que acreditam na lenda do número 23, é mês oito que significa dois elevado ao cubo, ou seja, 2³, mas ainda assim é um mês notável. Agosto de momentos históricos que chocaram as pessoas e as marcaram para sempre a ferro em brasa. Não, não falarei da Rosa de Hiroshima (Peguei o termo emprestado, ok, Vinícius?), mas sim de um momento da história moderna brasileira.
(Voz em off de Christopher Lee)
Ano de 1992...
"Eu conclamo a população a sair de casa vestida em verde e amarelo em protesto contra as intenções golpistas de determinados setores políticos e empresariais interessados em apear-me do poder". (Fernando Collor de Mello)
Muitas pessoas saíram às ruas, mas não de verde e amarelo. Foram de preto mesmo. Aquela multidão de jovens capitaneada pela UNE vociferando palavras de ordem, jorrando ao léu uma frase que, naquele instante, virou uma onomatopéia nacional: FORA COLLOR! FORA COLLOR!
Depois disso, Collor sofreu o impeachment (como eu falei quando era mais novo, impeachmado. Gosto muito de neologismos).
Hoje em dia, mais instruído e pé no chão, pergunto-me: O que mudou em 15 anos? Nada, absolutamente nada. Assim como no movimento de Diretas, onde a Rede Globo informou que se tratasse apenas da comemoração aos 430 anos da cidade de São Paulo, o movimento do Impeachment, dizem por aí, foi orquestrado pela própria emissora. Sendo isto verdade ou não, foi a última vez que vi um movimento político com a sociedade nas ruas. É até engraçado, pois a mesma Globo o pôs no poder em 1989.
Hoje a UNE é nada menos do que uma empresa que cria cartão de estudante para dar meia-entrada em espetáculos, cinema e afins; embora haja pessoas de boa índole que ainda se importam com movimentos sérios. A sociedade, eu a vejo como um bando de cordeiros pronto para o abate, sem vontade de criar, muito menos de desconstruir (eu disse desconstruir, não destruir). Os políticos... Bem, estes não mudam nem de nome.
O que mudou? Apenas eu. Assim como Saramago, considero que não há nada mais retrógrado do que a esquerda. Pensando melhor, retrógrado é esse desinteresse em mudar o que está errado, não importando que seja para uma situação de direita ou esquerda.
Um comentário:
Pois é...
Pois é...
Pois é...
Ainda pensando. Ótima escolha para compartilhar.
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