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quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Tropa de Elite


Eu sei que você já deve ter visto esse filme. Se pararmos em qualquer rodinha de conversa, seja na faculdade, no boteco, no cabeleireiro, na manicure ou na fila do banco, o assunto, provavelmente, será o "Tropa de Elite".

Eu confesso que relutei em ver o filme. Meus alunos falaram que o cara bate na cara do outro, que o homem vomita, que isso, que aquilo... e eu já fiquei com a pulga atrás da orelha cheia de vontade de não ver. Mas professor deve se manter informado e fui eu para a minha maratona. Confesso que não quis pagar pra ver no cinema, e não vou ver mesmo. Vizinho tinha um piratão (eu também não iria comprar um piratão logo do Tropa de Elite!) e me emprestou. É errado? É sim. Fiz, pronto.

No início... eu adoro o Wagner Moura. Ví por ele, só por ele e por mais ninguém (aproveitei a voz sexy dele fazendo papel de narrador em primeira pessoa). Peço desculpas para quem viu o filme e gostou. Eu não gostei. E não adianta vir com aquela desculpa "é a realidade!". Eu sei que é a realidade, ou você acha bonito ter que correr do caveirão enquanto o "coro come" entre policiais e bandidos?

Transformar esse filme no melhor filme brasileiro é terrível. Não é bom na história e não é bom cinematograficamente. Não há lances de câmera, flash-blacks, recursos para tornar melhor o entendimento .

O filme nada mais é que violência sendo combatida com violência. Sei que o filme mostra a realidade, já disse. E muito bem: corrupção, alguns policiais tentando ser honestos, a realidade das faculdades, que muitos "mauricinhos" participam de ONG's pra conseguir o pó com mais facilidade, o esquema dos bandidos... eu sei que isso é realidade. Será que o que vemos no noticiário não é suficiente? Para quem mora na Zona Sul e nunca pegou um ônibus lotado, deve ser o máximo saber como funciona a "favela". Mas quem mora em Bangu, meu amor... por favor! Num lugar que há assassinatos por brigas de kombis, que há fogos quando a polícia chega, que há bandidos nas esquinas oferecendo pó pra viciar, que há os mesmos vendendo em alto e bom som ("maconha! maconha um real!)...

Eu já vivo na realidade, não preciso de um filme pra me mostrar como é a realidade. Posso até não saber dos pormenores... dos detalhes da corporação, não sou policial e não quero ser; não tenho vocação. Iria pirar com o "sistema". Seja o sistema desonesto, seja o sistema honesto e parado. Todos os dois iriam acabar com o pouco de sanidade que conservo.

Ah! E quem se sente orgulhoso com o filme, como se o BOPE estivesse vingando alguma coisa... por favor! Eu tenho orgulho é do cara que trabalha em três empregos pra manter a família, mora na favela e mesmo assim (apesar de todo chamamento para o crime) resolveu ser honesto e ser da paz.

Eu não quero policiais combatendo violência com violência, é como tentar limpar sangue com sangue. A única coisa que ficou realmente registrada, e que merece aplauso foi o remorso que ele sentiu por ter ajudado na morte de um menino e pela mãe não ter podido enterrar o garoto.

Eu sonho que um dia policiais nem mais precisarão usar armas...
Eu tenho fé na NÃO-VIOLÊNCIA.

2 comentários:

O Enxadrista disse...

Acho legal que você pense assim, que os policiais um dia nem precisarão mais de armas, mas, como você já deve imaginar, é algo "fora da realidade".

Eu gostei do filme, não achei nenhuma obra-prima, mas é bom.

O fato do Capitão Nascimento, um cara que mata à toa, bate, tortura, virar um herói nacional só mostra como a situação está caótica e o povo se identifica com qualquer um que se "vingue" dos bandidos.

Ademais, o melhor do filme, para mim, foi ter levantado a questão sobre quem sustenta o tráfico. O usuário, obviamente.


Abraço.


http://oenxadrista.blogspot.com/

PAPO DE MULHER etc.. disse...

ah eu n vi ainda.. uaiehuaehuiae
mas vou ver sim tambem, claro!!
nao vai ser só eu a n ter visto né!
hahahaha
Bjoss Michelle!