Eu sei que você já deve ter visto esse filme. Se pararmos em qualquer rodinha de conversa, seja na faculdade, no boteco, no cabeleireiro, na manicure ou na fila do banco, o assunto, provavelmente, será o "Tropa de Elite".
Eu confesso que relutei em ver o filme. Meus alunos falaram que o cara bate na cara do outro, que o homem vomita, que isso, que aquilo... e eu já fiquei com a pulga atrás da orelha cheia de vontade de não ver. Mas professor deve se manter informado e fui eu para a minha maratona. Confesso que não quis pagar pra ver no cinema, e não vou ver mesmo. Vizinho tinha um piratão (eu também não iria comprar um piratão logo do Tropa de Elite!) e me emprestou. É errado? É sim. Fiz, pronto.
No início... eu adoro o Wagner Moura. Ví por ele, só por ele e por mais ninguém (aproveitei a voz sexy dele fazendo papel de narrador em primeira pessoa). Peço desculpas para quem viu o filme e gostou. Eu não gostei. E não adianta vir com aquela desculpa "é a realidade!". Eu sei que é a realidade, ou você acha bonito ter que correr do caveirão enquanto o "coro come" entre policiais e bandidos?
Transformar esse filme no melhor filme brasileiro é terrível. Não é bom na história e não é bom cinematograficamente. Não há lances de câmera, flash-blacks, recursos para tornar melhor o entendimento .
O filme nada mais é que violência sendo combatida com violência. Sei que o filme mostra a realidade, já disse. E muito bem: corrupção, alguns policiais tentando ser honestos, a realidade das faculdades, que muitos "mauricinhos" participam de ONG's pra conseguir o pó com mais facilidade, o esquema dos bandidos... eu sei que isso é realidade. Será que o que vemos no noticiário não é suficiente? Para quem mora na Zona Sul e nunca pegou um ônibus lotado, deve ser o máximo saber como funciona a "favela". Mas quem mora em Bangu, meu amor... por favor! Num lugar que há assassinatos por brigas de kombis, que há fogos quando a polícia chega, que há bandidos nas esquinas oferecendo pó pra viciar, que há os mesmos vendendo em alto e bom som ("maconha! maconha um real!)...
Eu já vivo na realidade, não preciso de um filme pra me mostrar como é a realidade. Posso até não saber dos pormenores... dos detalhes da corporação, não sou policial e não quero ser; não tenho vocação. Iria pirar com o "sistema". Seja o sistema desonesto, seja o sistema honesto e parado. Todos os dois iriam acabar com o pouco de sanidade que conservo.
Ah! E quem se sente orgulhoso com o filme, como se o BOPE estivesse vingando alguma coisa... por favor! Eu tenho orgulho é do cara que trabalha em três empregos pra manter a família, mora na favela e mesmo assim (apesar de todo chamamento para o crime) resolveu ser honesto e ser da paz.
Eu não quero policiais combatendo violência com violência, é como tentar limpar sangue com sangue. A única coisa que ficou realmente registrada, e que merece aplauso foi o remorso que ele sentiu por ter ajudado na morte de um menino e pela mãe não ter podido enterrar o garoto.
Eu sonho que um dia policiais nem mais precisarão usar armas...
Eu tenho fé na NÃO-VIOLÊNCIA.
Espaço aberto para conversar e debater sobre cultura, comportamento, política, enfim os fatos relevantes, ou não, que acontecem ao nosso redor. Entrem e sintam-se em casa.
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quinta-feira, 18 de outubro de 2007
Tropa de Elite
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2 comentários:
Acho legal que você pense assim, que os policiais um dia nem precisarão mais de armas, mas, como você já deve imaginar, é algo "fora da realidade".
Eu gostei do filme, não achei nenhuma obra-prima, mas é bom.
O fato do Capitão Nascimento, um cara que mata à toa, bate, tortura, virar um herói nacional só mostra como a situação está caótica e o povo se identifica com qualquer um que se "vingue" dos bandidos.
Ademais, o melhor do filme, para mim, foi ter levantado a questão sobre quem sustenta o tráfico. O usuário, obviamente.
Abraço.
http://oenxadrista.blogspot.com/
ah eu n vi ainda.. uaiehuaehuiae
mas vou ver sim tambem, claro!!
nao vai ser só eu a n ter visto né!
hahahaha
Bjoss Michelle!
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