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sábado, 29 de setembro de 2007

Dançar

2:03 a.m. - Considere como sendo sexta-feira ainda.


Quem gosta de balançar o esqueleto (com todo o restante do conteúdo)? Ir pra night dançar, se acabar e voltar pra casa com os pés doloridos? Acho que praticamente todo mundo.
Eu não sou uma pessoa que frequento a "night", mas adoro dançar. Mexer o corpo no ritmo da música é algo maravilho.
Colocar um maravilhoso rock pra espantar os fantasmas da tristeza e da raiva. Funciona. Agente sai mais leve quando dançar até doer. Ou quem sabe uma bela micareta pra esquentar as turbinas, cantar até ficar rouco, se divertir de montão. Que acham? Está bom o sufuciente? Alguns dirão que sim.

Eu digo que há mais felicidade.

Eu sempre dancei. Sempre dancei sozinha, fazendo meus passinhos, dois pra lá, uma giradinha, uma reboladinha e repetindo o mesmo esquema. Achava que estava bom e que era o suficiente. Era independente demais.

Hoje eu afirmo (com experiência) que não há nada melhor do que dançar junto de alguém. NÃO HÁ NADA MELHOR. (Ou quase nada! hihi) E não há terapia melhor do que dançar. Juro. Psicólogo comigo não funcionou, a dança está fazendo com que eu amadureça psicologicamente.
Sentir os braços de alguém nas costas conduzindo pelo salão de dança é um dos maiores prazeres que a vida pode me proporcionar. Sentir que há um espaço pra mim, que eu posso fazer um papel; um papel junto de alguém.
Sentir a respiração de alguém no seu pescoço, e até o suor torna-se mais agradável (por incrível que pareça!).

Sei que estou fazendo a maior propaganda da dança de salão, mas eu já não me imagino sem ela.
Mãos juntas, corpo colado, rosto a rosto, sorrisos, olhares, carinho... isso é dançar!
Ai! E como eu gosto!
Carla Luz

quinta-feira, 27 de setembro de 2007

O que me irrita

Peço sinceras desculpas por não ter postado antes, mas foi culpa de um vírus que se instalou hoje e só consegui remover hoje à noite. Apesar de não ter perdido nada de meus arquivos, me deu um prejuízo imenso esse tempo sem poder trabalhar. De qualquer forma já resolvi e espero não precisar atrasar mais.
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O que me irrita...
Não tem muitas coisas que me fazem perder a paciência. Já tive a oportunidade de dizer que era impaciente com tudo, mas são águas passadas. Amadureci o suficiente para aprender a fazer da calma um exercício diário. Mas confesso, sem duvidar, que existe uma forma de me tirar do sério.

E não falo de uma irritação natural, daquelas que temos sem motivos aparentes, só por culpa de um dia ruim. Me refiro a uma irritação profunda e descompassada que, se não tivesse feito tantos anos de análise, possivelmente me faria assassinar alguém.

Eu estou falando da burrice. Se antes eu não sabia, hoje eu sei o que me faz perder a calma totalmente: a burrice. Ai, a burrice me dá nojo, me dá náusea, me dá... me dá... me dá...

Não me refiro as burrices por falta de estudo, oportunidades e etc. Me refiro as burrices por falta de compreensão, de ouvidos, de atenção e de boa vontade. Essa é a burrice que não tem solução, que livro algum poderá solucionar na vida desse cidadão.

O que me indigna na vida é a burrice, realmente isso eu posso afirmar. Me indigna mais que tudo. A burrice pra mim, é a doença mais grave que alguém pode sofrer. E o pior, sofre por vontade própria. Eu odeio a burrice e odeio mais ainda quem se aproveita dela para passar bem.

Juliana Farias

terça-feira, 25 de setembro de 2007

O Elo e eu

Falar de Jorge Vercilo é fácil e, ao mesmo tempo, difícil. É fácil porque para um cantor e compositor de tamanha grandeza não faltam adjetivos; difícil, pois por serem notórias tais qualidades caímos na mesmice e na obviedade ao discorrermos sobre ele.

Mas como falar de uma pessoa como Vercilo sem cair na obviedade de suas características? Se por um lado parecemos pouco criativos ao sempre mencioná-las, por outro, não podemos ser injustos ao não descrevê-las. Portanto, relatemos sempre que Jorge Vercilo é sinônimo de boa música. É nome que rima com talento, arte, ritmo e poesia. É, ainda, o elo responsável por unir grandes amizades; é um grande artista, é sensível, carismático e, sobretudo, poeta: “aquele que escreve e se consagra à poesia”, à “arte de criar imagens, de sugerir emoções por meio de uma linguagem em que se combinam sons, ritmos e significados”. Esta é a definição que encontramos na 4ª. edição de 2001 do dicionário Aurélio. Assim, me pergunto, sem querer ser pretensiosa, se o nome Jorge Vercilo não poderia ser acrescido à significação do verbete mencionado, afinal, é através de sua musicalidade, suas composições e de sua bela voz que ele toca profundamente a nossa alma e, por meio de suas músicas, torna nossa vida mais leve e feliz.

Enfim, vemos que não faltam substantivos e nem adjetivos na nossa língua para nos referirmos a Vercilo. Contudo, talvez ainda não exista na nossa língua materna, apesar de sua grandeza e beleza, palavra que consiga perfeitamente defini-lo.

Márcia Santos

domingo, 23 de setembro de 2007

Loucura é a nossa doença

Primeiramente, gostaria de me apresentar: Juliana Farias, sou jornalista especializada em comunicação e política. Atualmente, tenho uma assessoria de imprensa em Porto Alegre, sou colunista de alguns sites e estou finalizando um documentário sobre solidão. Na profissão, já atuei em todas as áreas do jornalismo, mas confesso – sem medo – que minha paixão é o jornalismo político. Como pessoa, sou um ser pensante 20 horas por dia, descontando as quatro horas em que descanso o corpo. Sou apaixonada por cinema brasileiro e músicas antigas e confesso – novamente sem medo – que Nelson Gonçalves e Chico Buarque não param de tocar no meu mp3. Depois desta pequena apresentação, gostaria de agradecer o convite – aceito de imediato – feito pelo Tonni Nascimento e espero ser útil na contribuição, toda quinta-feira, com textos reflexivos e, sempre que possível, bem-humorados. Mas vamos ao que interessa de verdade, o texto!
  • Loucura é a nossa doença
Esta reflexão tão lúcida que me proponho a fazer sobre o Renan Calheiros é conseqüência do que descobri há alguns dias. Venho algum tempo escrevendo sobre minha aversão a este cidadão, mas, após pensar melhor, cheguei a uma conclusão bem diferente. No fundo, a culpa não é dele, nem é nossa. No fundo, a culpa é da loucura.

Ele disse que não iria sair do Senado e de fato lá ele ficou. Quando se resolveu julgá-lo, o tal julgamento foi realizado na "sua casa" com seus queridos compadres. E quando se percebeu que a sociedade poderia se indignar com o resultado, se fechou a casa e se determinou o sigilo total.

Fomos, então, violentados sem pena, humilhados e martirizados esperando do lado de fora um resultado já discutido e programado por eles. Enquanto isso, o presidente viajava e discutia a questão do etanol e se recusava a falar de Renan, votação ou qualquer outro assunto que não fosse o tal etanol.

E nós, dentro da nossa loucura coletiva, permanecemos sem entender nada, sem conseguir refletir ou analisar sequer o motivo disto tudo. Ironia nossa achar que deveríamos ter algum tipo de satisfação desses caras, bobagem nossa achar que merecemos uma explicação sobre essa votação escondida.

Eles não têm tempo para isso. Eles não precisam disso. Eles comandam o país, meus queridos. Eles têm outros interesses para cuidar que não é nos explicar alguma coisa. Nunca foi, nem nunca será. Nós seguimos enlouquecendo um pouquinho mais a cada dia. Economizando cada vez mais e recebendo cada vez menos para conseguir sobreviver. A carência moral e ética que nos acalenta é, nada mais nada menos, que um item presente na cartilha do congresso, que hoje me obrigo a escrever com a letra minúscula.

"São todos uns idiotas que acham que nos enganam", "é um bando de corruptos que só querem saber da gente na época da eleição". Sim! Este é o nosso discurso. Pelo menos o discurso dos que ainda pensam.

Depois desta indignação vem a frase típica do país tropical: "A gente não pode fazer nada", "Eles são mais poderosos, vão roubar sempre". Sim! Eles são poderosos, mas nós somos 180 milhões! Somos uma grande massa que deixa se levar pela tal esquizofrenia que eles nos impuseram. E nós aceitamos, de braços bem abertos.

Mas, então, me diz o que você sugere? O que sugiro? Qualquer coisa que não seja continuar enlouquecendo até ir parar no hospício, que é onde eles querem que a gente fique. Precisamos sair às ruas, com nariz de palhaço mesmo, gritar para que nos escutem e se preciso fazer greve.

Precisamos mobilizar os mais carentes e fazê-los entender que não passam de pessoas sem oportunidades que estão sendo feitas de otárias, assim como nós. Precisamos dizer a eles que não são burros como os acham e que precisam apenas recuperar suas vozes!

A partir daí, aposto, que vão começar a olhar a gente com outros olhos. Não sei se irão parar de tentar nos enganar, de desviar dinheiro público ou de doar cargos para incompetentes em troca de favores. O que sei, de fato, é que pelo menos nós não seremos mais os pilares que não falam e aceitam tudo, que seguram esse bando. Porque nós estamos dominados por este estado de loucura, mas estamos vivos. E é assim que devemos permanecer.

Até quinta!

sábado, 22 de setembro de 2007

Festa do povo

Já que estamos em clima de Festival do Rio, hoje vou escrever sobre um filme que assisti há alguns meses. Não irei cometer a heresia de tecer comentários sobre filmes que ainda nem estrearam no circuito e muito menos a indelicadeza de contar suas histórias. Vou falar sobre um certo filme, muito bom por sinal, que passa em uma certa região no nordeste do nosso país, onde todos acreditam ou pelo menos querem acreditar que a vida é uma imensa maravilha.

“Ó pai, ó”, filme bem gostoso de assistir e que te leva ao mesmo tempo curtir a trilha sonora, que privilegia as boas produções da tão aclamada Axé Music, como também refletir sobre como é a vida das pessoas que vivem abaixo da “linha de pobreza”. Seres humanos que vivem à margem da sociedade e que por isso mesmo utilizam-se do carnaval para exorcizar todos os seus fantasmas, suas “neuras” e exteriorizar seus desejos.

Toda a imprensa vive vomitando que o carnaval baiano é o mais democrático do Brasil. Será mesmo? Fico aqui pensando com meus botões. Concordo que a festa mais famosa, o desfile das escolas de samba do Rio de Janeiro, há muito deixou de ser popular, entretanto existem esforços para que as pessoas voltem a curtir as outras opções como blocos e festas nas ruas. Agora voltando ao carnaval da Bahia tenho muitas dúvidas quanto a essa democracia. Já prestamos atenção nas imagens mostradas pela TV? Dentro dos tais cordões, onde só se entra com “abada” é difícil ver um negro – fato estranho para a cidade que tem um dos maiores números de negros do país. Vê-se muito mais brancos, loiros do que negros e mulatos.

Sobre esse assunto concordo com o Michel Melamed, apresentador de TV, que diz que para ele e visto de cima o carnaval baiano mais parece com um bolo de chocolate com recheio de creme, pois se vê muito mais negros do entorno do circuito dos trios elétricos por que no meio da festa a maioria esmagadora é de brancos. Não sou contra e nem a favor de nenhum dos dois carnavais só não creio que um seja mais popular do que o outro. Na minha opinião são festas feitas para quem puder pagar o preço pedido.

Mas... Voltando ao filme, fica claro como o povo brasileiro é guerreiro e criativo. Por que apesar de tanta miséria e dificuldades consegue driblar tudo isso e arrumar um jeito de divertir-se, pelo menos nesses quatro dias de festa. Seja baiano, carioca, pernambucano ou de que região for. Esse povo merece todo o nosso respeito e carinho, pois mesmo sem ter tantos motivos para sorrir acaba encontrando uns poucos para divertir-se enquanto busca um jeito de garantir honestamente o pão do dia seguinte.

Parabéns à equipe de “Ó pai, ó” pela beleza de obra, parabéns ao cinema brasileiro que mostra, quando muitos querem encobrir, a verdadeira face do nosso povo e parabéns ao povo brasileiro pela coragem de levantar a cada dia e sempre tendo a esperança de que hoje vai ser melhor do que ontem e o amanhã será melhor do que hoje.

Tonni Nascimento

sábado, 15 de setembro de 2007

Que país é este?

“Moro num país tropical, abençoado por Deus e bonito por natureza...”. Jorge Ben estava inspirado e foi muito feliz quando compôs essa canção, mas infelizmente não posso dizer hoje que moro em um país abençoado e que estou orgulhoso do Brasil, ou melhor, do sistema político brasileiro.

Num ato covarde e criminoso contra o povo brasileiro, os nossos respeitáveis(?) e excelentíssimos senhores senadores da republica absolveram o presidente da casa. Em uma irresponsável prova de corporativismo sem escrúpulos e falta de respeito ao povo desse país.

Com quarenta votos pró Renan Calheiros, trinta cinco contra e seis absurdas abstenções, essa corja absolveu o individuo em questão. Não vou mentir aqui e dizer que fiquei feliz com isso, pois não fiquei. Entretanto o que achei mais grave nisso tudo não foi a absolvição em si, normal numa democracia. Mas o absurdo dos nossos representantes decidirem fazer isso às escuras, longe dos olhos da população. Proibindo o uso do sistema interno de som do plenário e a gravação e transmissão da sessão pela TV Senado. Isso soa como democrático para vocês? Ou digno de uma casa que vive vomitando que é o pilar da democracia brasileira?

Essa vergonhosa situação me lembrou de uma letra de um dos nossos maiores compositores que escreveu assim: “Não me convidaram para esta festa pobre que os homens armaram pra me convencer a pagar sem ver toda essa droga que já vem marcada antes de eu nascer...”. Foi dessa maneira que me senti. Como alguém que não é convidado para uma festa armada para nos convencer que o cidadão que estava sendo julgado era inocente e é ele quem vai depois pagar por toda essa farra. Querem inocentar alguém? Que inocentem, pois eles têm esse direito. Afinal de contas vivemos em um país que após muitos anos conquistou o direito à democracia, mas que tenham a hombridade de assumir seus atos perante a sociedade brasileira que é quem sustenta esses cidadãos.

Agora vai começar o carnaval de acusações dizendo que foi o partido A ou B que votou a favor do Renan e acusações que de nada irão adiantar. Agora tão vergonhoso quanto os quarenta votos pró-absolvição, foram as seis covardes abstenções. Pois o que esses seis indivíduos fazem no Senado Federal que numa situação onde têm que posicionar-se preferem ficar em cima do muro só para não se queimarem com os seus iguais e pouco ou nada preocupando com a nação brasileira, que é de quem a opinião deveria realmente importar para eles.

Por conta disso me pergunto: Onde estavam as “grandes” instituições que sempre vêm a público defender aos berros a decência e a moral brasileira. OAB, sindicatos e as outras diversas ordens de classes que sempre adoraram um palco para aparecer. Por que dessa vez não choveram ações nos tribunais para que o acesso às galerias fosse liberado? Afinal de contas aquilo é a Casa do povo brasileiro, e por que todos aceitaram que o dono da casa não pôde entrar e assistir a sessão onde foi decidido um fato de seu total interesse?

E como iniciei esse texto com a citação de uma canção, não poderia encerrá-lo de outra forma. E por isso vou citar um poeta contemporâneo do Cazuza e tão inteligente quanto – Renato Russo. “Nas favelas, no Senado sujeira pra todo lado, ninguém respeita a Constituição... Que país é este?...” Há mais de vinte anos essa canção foi escrita e será que algo mudou? Depois de hoje tenho a certeza que não.

Tonni Nascimento

domingo, 9 de setembro de 2007

Você Pensa Que Pensar É Fácil?

Várias coisas que aconteceram nessas duas últimas semanas me fizeram pensar nas sutilezas da arte de pensar e, sendo esse um local para reflexões, achei que seria interessante falar um pouco das idéias que encontrei e das conclusões a que cheguei.

Faz parte de ser humano o dom de pensar. Todos nós estamos pensando a todo o momento. Pensamos no que temos para fazer, no que já fizemos, no que vemos, nas memórias que a visão nos desperta... Mas existe uma forma de pensar que nem todo ser humano exercita: o pensar criticamente. Apesar disso, apenas o pensamento crítico pode libertar o ser humano da prisão da mesmice.

O pensamento crítico surge quando questionamos o primeiro pensamento espontâneo. É quando o pensamento se dobra sobre si mesmo, checando sua própria validade, que a verdade começa a surgir. Quando questionamos, deixamos de ser imitadores de idéias e repetidores de citações para nos tornarmos donos de nossos destinos e formadores de opinião. É a liberdade plena que só pode ser alcançada quando surge a vontade genuína de se fazer as perguntas certas.

O que me espanta é como esse pensamento crítico é a exceção e não a regra. Para isso só consigo encontrar duas explicações: comodismo ou medo.

O comodismo é fácil de entender. É tão mais fácil ser apenas mais um copiando o que todo mundo faz e seguir a maré sem tentar outras rotas que as pessoas simplesmente se recostam e deixam a corrente levá-las.

O medo, que às vezes se confunde com o comodismo, é um pouco mais difícil de se compreender. É o medo de questionar o comportamento da turma e, por causa disso, ser banido. É o medo de enlouquecer quando o questionamento mostra que coisas que pareciam tão certas, tão sólidas e que serviam de base para a existência se desfazem mais rápido que castelos de areia frente a certas perguntas. Exagero? Acho que não. Se duvidar (e tiver coragem) pense um pouco acerca das perguntas abaixo:


  • Se existe um salário mínimo para garantir que a população tenha um padrão de vida minimamente (em teoria) digno, porque não existe um salário máximo que impeça que a renda se distribua de maneira tão desigual?
  • Se, quando atraso o pagamento de uma conta, o banco me cobra juros que aumentam o valor a ser pago, porque, ao pagar uma conta antes de seu vencimento, não posso cobrar juros ao banco, reduzindo o valor a ser pago?
  • Tostines é fresquinho porque vende mais ou vende mais porque é fresquinho?


Eu, questionar essas verdades universais que o mundo reproduz a tantos e tantos anos? Tá louco! Melhor ficar quietinho na minha concha assistindo TV.
E o medo nos impede de seguir em frente. Triste, mas acabamos prisioneiros numa cela sem paredes e a céu aberto, sem provar verdadeiramente da liberdade que nos cerca.

Por isso, recomendo a você que questione e coloque os miolos para malhar. Se enlouquecermos, que seja na liberdade plena, onde nenhuma idéia vive se não tiver uma boa justificativa para isso.

sábado, 8 de setembro de 2007

185 anos de independência. Será mesmo?

Independência ou morte! Assim dizem que o nosso país nasceu. Dia 07 de setembro de 2007 – 185 de independência do Brasil. Será mesmo? Confesso que por muito tempo acreditei nessa estória mágica, criada não sei por quem que nos conta um ato heróico do nosso querido e amado príncipe do Reino Unido de Portugal e Algarves o Pedro, mais tarde conhecido como D. Pedro I.

Assistimos hoje várias matérias e programas sobre a Independência ou sobre nosso país irmão Portugal. Entretanto fico aqui pensando com meus botões: Temos consciência e valorizamos o fato de ser o Brasil um país politicamente independente? Ou será que continuamos nos comportando e agindo como uma colônia?

De alguns pontos de vista podemos dizer que muitos de nós ainda agem como colonizados, pois somente valorizam o que vem de fora – das nossas diversas metrópoles. Por que atualmente não somos, segundo alguns, colônia de um país apenas e sim de várias potências. Afinal de contas importamos idéias, costumes, produtos, idiomas e até festas! Não que eu seja contra o intercambio entre as nações ou a globalização. Mas tudo tem um limite! E hoje em dia muitos brasileiros somente valorizam o que for produzido ou criado fora das fronteiras nacionais.

Para muitos o nosso cinema não presta, só prestam as “obras-primas” produzidas em Hollywood ou no velho continente; nossas músicas são bregas, mas todos emocionam-se quando escutam uma coisa brega em inglês, pois aí é uma pérola musical. Até no esporte, mais precisamente no futebol, estamos preferindo torcer pelos times europeus.

Enfim vivemos atualmente em um país politicamente independente. Mas volto a questionar: será que o povo brasileiro está pronto ou tentando viver como nação realmente independente? Pois se é ruim ser uma colônia controlada por força militar externa, imaginemos o que é ser uma colônia por total acomodação ou por escolha do povo que deseja viver sob o domínio estrangeiro.
Tonni Nascimento

O Palavrão

Antes de entrar diretamente no assunto escolhido, peço desculpas, desde já, pelos palavrões que escreverei aqui, mas é por uma "boa" causa (eu acho...).

Quantos palavrões você conhece? Vários, com certeza. Dos mais simples (será que posso dizer que um palavrão é simples?) aos mais sonoros . Os palavrões apareceram na minha vida com os "Mamonas Assassinas", mas eu era tão inocente que escutava as músicas, cantava e não me dava conta de que estava falando palavrões. Acho que no início, todos éramos inocentes. Éramos.

Depois vem a fase "eu só falo palavrão em piadas" (eu confesso: eu sempre falo isso). A nossa necessidade de se expressar com essas palavras é descarregada contando piadas de loiras, bicha (desculpe a palavra), papagaio, português... Usamos essa desculpa da piada para não sermos taxados de desbocados. Às vezes, funciona.

Outra coisa que você percebe são aquelas pessoas que falam palavrão com tanta naturalidade que chega a assustar. Vou exemplificar para vocês entenderem, sente a sutileza. De repente, alguém grita:"Vem cá, buceta!". É de assustar, mas a pessoa só queria dizer:"Querida, você poderia vir aqui, por favor?". Deu pra entender, né?

Outro dia eu andei "filosofando" com a minha mãe sobre os palavrões, vê se você já pensou sobre isso. Fiquei pensando sobre a sonoridade dos palavrões e me deparei com características realmente interessantes. Vamos começar com os mais famosos. "Merda" já não é mais considerado palavrão hoje em dia (só se for na casa de vocês, porque na minha ainda é e ai de mim se ficar falando muito essa palavra), perdeu toda força e impacto que lhe eram característico na época do Império, quando não havia esgoto e na necessidade de se livrar do resíduo fecal logo gritavam "vai a merda!". O melhor mesmo era não estar perto da janela que se jogava a merda alheia para não ser atingido.

O "puta que pariu" ou "a puta que te pariu" ainda são considerados palavrões dos bons. Mas a força dessa expressão ilustrativa dos sentimentos, está no puta, é no puta que colocamos toda a raiva e frustração com a mãe do nosso semelhante para feri-lo em seu âmago sentimental. Já o "vai tomar no cu" é realmente forte e não é qualquer um que fala assim em público. A força dessa expressão está na palavra cu. Pequena e pesada. Você pode até dizer que não diz esse palavrão, mas que você, às vezes, pensa, pensa sim.

Mas o palavrão mais gostoso de se falar é "caralho". Com certeza alguém já falou essa palavrinha perto de você e tenho quase certeza que foi em alto e bom som, assim: "CAA-RAA-LHOO!!". É um palavrão totalmente sonoro, todas as sílabas são muito bem articuladas para que não haja nenhuma ambigüidade ao ouvinte. Sei que você já escutou, falou, pensou ou vai falar algum dia um palavrão desses, é só esperar a hora da topada do pé na quina da mesa, na hora daquela dorzinha de ver estrelas. Nessa hora você vai ter uma imensa vontade de falar um palavrão, nem que seja um pequenino.

Se você não gostou do que eu escrevi, não ligue, eu não vou falar nenhum palavrão, esse texto já tem muitos. Pegue qualquer um, o que mais lhe agradar, e faça bom proveito.

sábado, 1 de setembro de 2007

Animais em circos

Há poucos minutos assisti a um documentário sobre maus tratos que os animais sofrem, principalmente, nos circos. Infelizmente ainda existem pessoas que acreditam piamente que um circo não pode ter “graça” sem animais. Será mesmo que para um circo existir, que para termos alguns momentos de bem estar e alegria outros seres vivos necessitam passar por uma vida inteira de privações e sofrimento? Quando o documentário terminou essa dúvida não calou na minha mente.

Felizmente no estado do Rio de Janeiro os espetáculos circenses com animais estão proibidos. Não sei de quando é essa lei, mas fiquei feliz em saber que ela existe. Não é muito mais sensato assistir a um espetáculo que uma pessoa por vontade própria e com total consciência do que está fazendo e dos riscos aos quais está sujeita preparou? Isso mesmo. Um trapezista sabe o que está fazendo, um equilibrista também. Porém um leão, um elefante, um chimpanzé ou um dócil cachorro não sabem e muito menos entendem o porquê de passar por isso. E nem assim deixam de ser obrigados, por inúmeras vezes, vilmente castigados para apresentarem alguns truques para que seus supostos treinadores recebam os aplausos que somente eles conseguem entender.

Alguns podem agora estar achando esse texto muito chato ou sem razão de lógica para continuarem a lê-lo. Mas outros, e tenho certeza que são muitos, o acharão bastante oportuno. E mesmo que aconteça o inverso, ele servirá pelo menos para expressar minha opinião sobre tal assunto. Para aqueles que ainda pensam que não existe nada de mal em ver um leão saltando sobre círculos de fogo ou elefante que sapateia que tal refletir sobre alguns fatos. Realmente não haveria nada de mais se esses fossem atos naturais a esses animais, mas sabemos que não o são. Pois se o fossem não veríamos graça, até porque seriam atos comuns. E como nada de natural existe nisso imaginemos por quanto sofrimento e tortura esses seres passam...

Hoje em dia, ficamos horrorizados quando vemos notícias sobre fazendeiros que mantêm trabalhadores sobre regime de escravidão ou quando vemos alguma obra que conta como os negros eram trazidos para as Américas e tratados cruelmente presos por pesadas correntes ou em minúsculos cubículos, onde nem ao menos podiam andar. Entretanto desconhecemos(?) que alguns animais são retirados de seu habitat natural e tratados da mesma forma ou, por via de regra, de modo muito mais desumano.

Imagine-se nessa situação. Difícil não? Mas vou tentar ajudar. Numa situação hipotética seres de outro planeta vêm a Terra e escolhem alguns exemplares de animais, entre eles escolhem você, para serem levados para um espetáculo no planeta de onde vieram. Privado de sua liberdade, sem entender coisa alguma do que eles lhe dizem e tratado a base de muita porrada, mas muita porrada mesmo, às vezes até por fome você é forçado a passar até que aprenda os truques. Mesmo que não concorde e não goste você tem que fazer tudo que eles lhe obrigam, pois só assim o sofrimento pelo qual você passa irá momentaneamente passar. E dia após dia você tem que passar por essa situação humilhante até que um belo dia você morre, não se sabe se por desgosto ou por causa da carga desumana de castigos ou surras que levava.

E aí, conseguiu se colocar nessa situação? Se sim percebeu como é horrível, mas é por isso que os animais circenses passam. E enquanto aceitarmos circos que utilizam animais nos seus “espetáculos” mais e mais animais irão passar por essa situação. Atualmente temos alguns circos que estão deixando de ter animais nos seus shows e outros que nunca chegaram a tê-los, mas muitos ainda insistem nessa atitude abominável até que eles percebam que essa forma de produzir espetáculos não é mais rentável ou nós nos portamos com mais dignidade e decidirmos agir realmente com mais humanidade.

Tonni Nascimento