Já que estamos em clima de Festival do Rio, hoje vou escrever sobre um filme que assisti há alguns meses. Não irei cometer a heresia de tecer comentários sobre filmes que ainda nem estrearam no circuito e muito menos a indelicadeza de contar suas histórias. Vou falar sobre um certo filme, muito bom por sinal, que passa em uma certa região no nordeste do nosso país, onde todos acreditam ou pelo menos querem acreditar que a vida é uma imensa maravilha.
“Ó pai, ó”, filme bem gostoso de assistir e que te leva ao mesmo tempo curtir a trilha sonora, que privilegia as boas produções da tão aclamada Axé Music, como também refletir sobre como é a vida das pessoas que vivem abaixo da “linha de pobreza”. Seres humanos que vivem à margem da sociedade e que por isso mesmo utilizam-se do carnaval para exorcizar todos os seus fantasmas, suas “neuras” e exteriorizar seus desejos.
Toda a imprensa vive vomitando que o carnaval baiano é o mais democrático do Brasil. Será mesmo? Fico aqui pensando com meus botões. Concordo que a festa mais famosa, o desfile das escolas de samba do Rio de Janeiro, há muito deixou de ser popular, entretanto existem esforços para que as pessoas voltem a curtir as outras opções como blocos e festas nas ruas. Agora voltando ao carnaval da Bahia tenho muitas dúvidas quanto a essa democracia. Já prestamos atenção nas imagens mostradas pela TV? Dentro dos tais cordões, onde só se entra com “abada” é difícil ver um negro – fato estranho para a cidade que tem um dos maiores números de negros do país. Vê-se muito mais brancos, loiros do que negros e mulatos.
Sobre esse assunto concordo com o Michel Melamed, apresentador de TV, que diz que para ele e visto de cima o carnaval baiano mais parece com um bolo de chocolate com recheio de creme, pois se vê muito mais negros do entorno do circuito dos trios elétricos por que no meio da festa a maioria esmagadora é de brancos. Não sou contra e nem a favor de nenhum dos dois carnavais só não creio que um seja mais popular do que o outro. Na minha opinião são festas feitas para quem puder pagar o preço pedido.
Mas... Voltando ao filme, fica claro como o povo brasileiro é guerreiro e criativo. Por que apesar de tanta miséria e dificuldades consegue driblar tudo isso e arrumar um jeito de divertir-se, pelo menos nesses quatro dias de festa. Seja baiano, carioca, pernambucano ou de que região for. Esse povo merece todo o nosso respeito e carinho, pois mesmo sem ter tantos motivos para sorrir acaba encontrando uns poucos para divertir-se enquanto busca um jeito de garantir honestamente o pão do dia seguinte.
Parabéns à equipe de “Ó pai, ó” pela beleza de obra, parabéns ao cinema brasileiro que mostra, quando muitos querem encobrir, a verdadeira face do nosso povo e parabéns ao povo brasileiro pela coragem de levantar a cada dia e sempre tendo a esperança de que hoje vai ser melhor do que ontem e o amanhã será melhor do que hoje.
Tonni Nascimento
“Ó pai, ó”, filme bem gostoso de assistir e que te leva ao mesmo tempo curtir a trilha sonora, que privilegia as boas produções da tão aclamada Axé Music, como também refletir sobre como é a vida das pessoas que vivem abaixo da “linha de pobreza”. Seres humanos que vivem à margem da sociedade e que por isso mesmo utilizam-se do carnaval para exorcizar todos os seus fantasmas, suas “neuras” e exteriorizar seus desejos.
Toda a imprensa vive vomitando que o carnaval baiano é o mais democrático do Brasil. Será mesmo? Fico aqui pensando com meus botões. Concordo que a festa mais famosa, o desfile das escolas de samba do Rio de Janeiro, há muito deixou de ser popular, entretanto existem esforços para que as pessoas voltem a curtir as outras opções como blocos e festas nas ruas. Agora voltando ao carnaval da Bahia tenho muitas dúvidas quanto a essa democracia. Já prestamos atenção nas imagens mostradas pela TV? Dentro dos tais cordões, onde só se entra com “abada” é difícil ver um negro – fato estranho para a cidade que tem um dos maiores números de negros do país. Vê-se muito mais brancos, loiros do que negros e mulatos.
Sobre esse assunto concordo com o Michel Melamed, apresentador de TV, que diz que para ele e visto de cima o carnaval baiano mais parece com um bolo de chocolate com recheio de creme, pois se vê muito mais negros do entorno do circuito dos trios elétricos por que no meio da festa a maioria esmagadora é de brancos. Não sou contra e nem a favor de nenhum dos dois carnavais só não creio que um seja mais popular do que o outro. Na minha opinião são festas feitas para quem puder pagar o preço pedido.
Mas... Voltando ao filme, fica claro como o povo brasileiro é guerreiro e criativo. Por que apesar de tanta miséria e dificuldades consegue driblar tudo isso e arrumar um jeito de divertir-se, pelo menos nesses quatro dias de festa. Seja baiano, carioca, pernambucano ou de que região for. Esse povo merece todo o nosso respeito e carinho, pois mesmo sem ter tantos motivos para sorrir acaba encontrando uns poucos para divertir-se enquanto busca um jeito de garantir honestamente o pão do dia seguinte.
Parabéns à equipe de “Ó pai, ó” pela beleza de obra, parabéns ao cinema brasileiro que mostra, quando muitos querem encobrir, a verdadeira face do nosso povo e parabéns ao povo brasileiro pela coragem de levantar a cada dia e sempre tendo a esperança de que hoje vai ser melhor do que ontem e o amanhã será melhor do que hoje.
Tonni Nascimento
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