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quarta-feira, 27 de junho de 2007

Confissões aborrecentes!


Sempre acreditei que olhar oblíquo significava apenas que a pessoa em questão era só vesga... Por isso sempre me identifiquei com o adjetivo, pois, como vocês podem ver nesta imagem, eu sou vesga. Não há como contestar... Aí descobri que isso quer dizer muito mais que um atributo(se é que eu posso assim denominar) físico.

O olhar oblíquo é um olhar enviesado, misterioso, cheio de enigmas; e se tem uma coisa que meus olhos não têm é segredo... Aliás, quando o assunto é este, acredito que minhas retinas negras e obtusas acompanhem a minha boca que, de tão grande, entrega até os meus próprios segredos, porque eu sempre falo demais. Então, devo mesmo pensar só na vesguice, que é o atributo que melhor define a obliquidade do meu olhar...

Mas, por um momento fiquei pensando que esta particularidade (outro substantivo que pode ser impróprio) pode ser um dom.

Graças aos meus olhos tortos, vejo tudo torto: Um lado só das coisas, uma só visão parcial, sentimental, irracional... passional.

À primeira vista de meus olhos enviesados as coisas sempre vão dar certo: o telefone sempre vai tocar, eu sempre vou cortar o fio certo, as intenções são sempre boas e as pessoas sempre vão me entender... Só que isso nem sempre acontece... mas não faz mal por que, apesar de tudo isso, continuo estrábica e sempre vou ver as coisas do mesmo jeito... A obliquidade me permite desejar.... e, mais ainda, ter esperança, ainda que os desejos estejam longe da mão....

Se eu vou alcançá-los um dia? Quem vai saber... Mas uma coisa é certa: como eu sempre tenho a oblíqua certeza de que tudo sairá como eu vejo, eu estou sempre fazendo as coisas acontecerem ao meu redor... E ISSO FAZ QUALQUER UM CRESCER... ATÉ UMA PESSOA OBLÍQUA...

Marília Vieira

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