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segunda-feira, 7 de maio de 2007

Mídia média e medonha...

É muito comum escutarmos que a mídia influencia o comportamento das pessoas. Fato concreto, influencia. Poucas vezes manipula e algumas, confesso, persuade. Mas isso tudo é natural. O que deveria nos intrigar a todos é o que é a mídia.

Mídia nada mais é que um termo, criado para fazer referência às tecnologias da comunicação. Grosso modo, a palavra se refere ao meio técnico pelo qual as informações se processam e atingem seu público-alvo. Rádio, tv, jornal, computadores e telefones, são exemplos de mídia. Portanto, seria o mesmo que acusar um aparelho de tv por te convencer de que as loiras devem ser mais loiras e que as morenas devem virar loiras. Grande parte da população pensa compreender sobre temas que se lhe parecem próximos por aspectos meramente físicos. Ler um jornal ou ver um programa de tv não indica que você possa realmente compreender como eles se processam internamente, como esses produtos são confeccionados ou quais são os interesses por detrás das questões que definem esses produtos. Sócrates foi muito feliz ao declarar que não sabia de nada, é justamente o que falta para o sujeito pós-moderno.

Imbuídos no incoerente sentimento de detenção de conhecimento, prosseguem os ignorantes nas questões mais absurdas. Então, o senso-comum se encarrega de catalogar mais um sentido ao termo. Diz-se por mídia, então, aquele balaio de gato em que se encontram: os formadores de opinião, ou seja, pessoas que foram eleitas por outras pessoas como as que podem falar com propriedade sobre alguns assuntos; os donos das empresas de comunicação por confabularem constantemente o fim do mundo em reuniões supersecretas; e por aí vai. Se existe uma grande conspiração no mundo ela se resume em uma simples frase. A realidade só é assim graças à maneira com a qual você a observa.

Num país onde as coisas ainda são novas como o principal partido de esquerda, que só tem cerca de 20 anos de existência, a saúde que ainda anda meio doente, a economia que vive às custas do Dólar - como diria a minha avó: “balança mas não caí!” – e a educação que continua semi-analfabeta assinando com o polegar as falcatruas do governo, está para nascer alguém que consiga determinar quem veio primeiro, o ovo ou a galinha? Afinal de contas, Tostines ainda vende mais porque é fresquinho, ou ainda é fresquinho, por isso vende mais? A mídia nada mais é que o resultado da crença das pessoas, de maneira geral, naquilo que é cômodo, bonito, ou seja lá o que for. Talvez você esteja se perguntando, mas eu nunca desejei que os padrões de beleza fossem os que estão sendo vendidos hoje na tv, como posso ser responsável? Comportamento alternativo também é uma tendência. Aliás, é a nova aposta da economia mundial.

O controle-remoto ainda é a melhor arma contra a programação cruel. Esquecer as convicções e conclusões pessoais pode ser o passaporte para o esclarecimento. O estudo é uma boa dica, afinal, tem gente que passa longos anos dentro de verdadeiras instituições de ensino para isto. Ainda existem jornais e revistas de qualidade, livros continuam servindo para serem lidos e não somente como enfeites para estantes. Mas lembre-se, a oferta existe em função da demanda e a demanda só se estabelece em função da oferta. Bem-vindo ao mundo real.

Bruno Fernandes

3 comentários:

Tonni Nascimento disse...

Como é muito mais cômodo ficar sentado confortavelmente na poltrona, reclamando de tudo e de todos e pondo a culpa de tudo que não presta na mídia (monstro cruel e maligno que nos força a fazer o que não queremos), para que nos esforçarmos o mínimo que seja para entender o que acontece a nossa volta e, se possível, mudar o quadro? Boa parte do que acontece é por que gostamos ou por que nos omitimos e deixamos tudo rolar solto nesse mundo de meu Deus.

Excelente reflexão.

Anônimo disse...

Boa mesmo... também gostei... mas ganhar autonomia no pensar é algo grandioso demais para ser feito rapidamente... A coisa é assim porque este ainda é nosso processo de aprendizado... primeiro imitamos, depois começamos a distinguir o que nos dá prazer do que não, e só então passamos a fazer escolhas mais sensatas para nós mesmos. Quem de nós pode intitular-se um pensador autônomo?

Mesmo que se diga: "Ainda existem jornais e revistas de qualidade, livros continuam servindo para serem lidos e não somente como enfeites para estantes. Mas lembre-se, a oferta existe em função da demanda e a demanda só se estabelece em função da oferta. Bem-vindo ao mundo real." Estaremos utilizando o modo de pensar de outro e adaptando-o ao nosso viver...

E não passa a ser uma questão de ser ou não manipulado, mas pelo que você se deixará levar...

Ninguém se faz sozinho. A co-dependência é um fato, mas, citando um querido herói da infância: "O poder é de vocês"...

E o que temos feito com ele???

Marília Vieira disse...

Indo na onda da maioria dos comentarios postados, q meu companheiro Bruno fernandes não me ouça, acho bem interessante a ideia d um blog discutir sobre a mídia e mais interessante ainda o cabedal d opiniões q surgem sobre o assunto.
vale lembrar para aqueles q condenam esta "máquina emburrecente" chamada mídia q , como mto bem disse o nosso amigo anteriormente, o controle ainda é nossa melhor arma! Portanto, usemos mais nossos "dedinhos" e assumamos nossas opiniões!!!
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